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domingo, 25 de abril de 2010

Não é em Vão!

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes, na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”.1 Coríntios 15: 58.

Era uma segunda-feira do mês de agosto. Estava no gabinete de um colega de ministério, conversando sobre uma jovem que, segundo parece, está distanciando-se da igreja a qual pertence. Compartilhava com o colega pastor a frustração que tenho quando vejo pessoas que crescem na igreja, que são, durante anos a fio ministradas, que são alvos das orações e dos investimentos da igreja, que consomem horas e horas de atenção, amor e conselhos dos líderes e que, de repente, afastam-se, sem dar maiores explicações. A sensação que me dá é que todo o trabalho foi inútil. Uma absoluta perda de tempo. Já presenciei adolescentes engravidando, casais se separando, jovens se desviando, mesmo depois de terem participado de nossas Escolas Dominicais, de nosso acampamentos, de nosso encontros de casais, de nossos retiros, de nossas EBFs. E, depois de tantos esforços, é lamentável e triste, quando os tais, não se firmam e são tragados pelas opções do mundo. Tudo realmente muito triste! Baseado nisso, já tive pensamentos estranhos como, “não vale se esforçar por essa gente”. Ou, “vou cuidar da minha vida. Cada um que se vire”. E, ainda, pego pelo ultracalvinismo (que não defendo), “não adianta ensinar. Quem tem que ser comprometido será. E quem não tem não será”. Em alguns momentos em meu ministério fui surpreendido com pensamentos assim. Conseqüência da falta de frutos visíveis, da insípida mudança de vida das pessoas a quem já ministrei e da perpetuação dos mesmos problemas presentes há anos. Tudo muito cansativo!

Mas, eis que chega a terça-feira. Era noite. Estava iniciando as aulas do segundo semestre do Seminário Teológico Congregacional do Rio de Janeiro. Fui surpreendido com a presença de três novos alunos. Como sempre faço, pedi que cada um falasse um pouco de si, compartilhando conosco com foi a experiência de conversão e chamado para o ministério. E, assim, cada um fez. Chegou o momento que Valdecir, membro da IEC-Bonsucesso, começou a falar. Contou-nos que durante anos fora traficante de drogas. Chegou a ser um dos bandidos mais procurados pela polícia no Rio de Janeiro. Seu apelido era “Já Morreu”. Foi pego pelos policiais, espancado e preso. Durante a prisão lembrou-se do tempo em que era criança e ia a uma igreja perto de sua casa. Lembrou-se, especialmente, de uma atividade que a igreja promovia anualmente (EBF). Lembrou-se da professora de escola dominical que não via há, aproximadamente, vinte anos. Isso mesmo: Vinte anos! Lembrou-se também de algumas canções que ouvira, falando do amor de Deus e de Jesus Cristo. E, se não bastasse, também se recordou de algumas passagens da Bíblia. Muito tempo já se passara desde aquela época. Aquele menino, o pequeno Valdecir, não existia mais. Agora, era um criminoso. Mas, aquela igrejinha; aquela professora; aquela EBF; aquelas músicas; aquelas histórias da Bíblia; aquele Deus, não saiam de sua memória. Foi, então, quando o milagre aconteceu! Valdecir, sem Bíblia, sem nenhum pregador por perto, apenas com o recurso da memória, ali mesmo na prisão, entregou-se Àquele Deus, que na sua infância, naquela igreja, ouvira falar. Pouco tempo depois foi transferido para a POLINTER e começou a pregar para os outros presos. Só pregava em um versículo, “Nenhuma Condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). “Era o único versículo da Bíblia que eu conhecia, pastor”, ele me disse. Meu Deus! Precisaria conhecer outro? Fiquei emocionado com o testemunho de Valdecir. Senti que Deus me respondera às indagações feitas 24 horas antes, quando conversava com o meu colega. Voltei para casa pensando em tudo que ouvi e renovado na paixão pelo ministério do ensino. Compartilhei a história de Valdecir com minha congregação. Estimulei minha professora de Escola Dominical a perseverar sempre, independente do número de alunos de sua classe. Independente da falta de resultados imediatos e visíveis. Hoje, Valdecir é aluno do curso de Bacharel em Teologia. Está se preparando para o ministério pastoral e, quando convidado, dá o seu testemunho nas igrejas. Perguntei a ele se me autorizava a compartilhar sua história. Louvado seja Deus! Louvado seja Deus por aquela igrejinha da infância de Valdecir. Louvado Seja Deus por aquela professora que lhe ministrou o Evangelho. O esforço dela não foi em vão! E, em Deus, nunca é. Isso não é novidade, mas, às vezes, nos esquecemos disso. Que Deus tenha misericórdia de nós! Amém!!!

Soli Deo Glória!!!

Ore pelo Projeto Alvo!!!

Rev. Idauro Campos
Pastor da Igreja Congregacional em Andorinhas.