sábado, 11 de setembro de 2010
Circo Gospel (crianças pastores)
Por Renato Vargens
Há alguns meses um amigo me trouxe um DVD cujo título era: "Cativeiro nunca mais." Até aí tudo bem, o problema é que a protagonista da mensagem era uma criança. Isso mesmo, um menino com tiques e trejeitos evangélicos que desesperadamente gritava invocando sobre os seus ouvintes as bênçãos de Deus. Em 2007 o jornal O Globo publicou a matéria "Pequenos Missionários". A reportagem tratava exclusivamente de meninos e meninas que nos últimos anos vem atuando como líderes e pastores de igrejas evangélicas no país. Se não bastasse isso, a matéria é enfática em afirmar que tais crianças atendem os desesperados e prometem cura aqueles que os procuram.
Sinceramente, parece que parte dos evangélicos se sentem vocacionados a aberração. Confesso a você que falta-me palavras para descrever minha perplexidade diante de tantos fatos exdrúxulos.
Meu amigo, não dá para engolir essa história de crianças pregadoras. Na minha perspectiva isto afronta diretamente o bom censo, a ética, a moral e principalmente a Deus. Ora, criança tem o direito de ser tratada como criança. Ela deve receber amor, afetividade, carinho, respeito, limites e educação. Criança tem o direito de brincar de pique, correr, saltar, pular, rir e celebrar a vida. entretanto, movidos por uma espiritualidade dualista e esquizofrênica, inúmeras igrejas deste país as tem tratado como adultas. Em tais comunidades, elas se vestem como adultos, falam como adultos, dizem a “paz do Senhor”, usando com maestria o “evangeliquês”, além é claro de desenvolverem um comportamento absolutamente artificial.
Acredito que os pais possuem papel fundamental no resgate de valores da moralidade, e que em hipótese alguma devam permitir com seus filhos sejam "instrumentalizados" por líderes inescrupulosos que visam o seu próprio umbigo. Caro Leitor, a vida é bela, é deve ser vivida momento a momento. Criança deve ser criança, até porque é sendo criança, vivendo como criança, não queimando etapas, nem tampouco ultrapassando os limites naturais da vida é que poderão no futuro construir um mundo melhor.
Pense nisso!
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